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JUVENTUDE INTERROMPIDA | Em poucas horas, Agreste de Pernambuco chora a morte de jovens

Quatro jovens da região, quatro mortes por diferentes causas. Cidades do agreste pernambucano amargam a perda precoce de jovens em idades de 15 a 25 anos

Publicado em 2 de abril de 2021 às 16:29
Atualizado há 3 anos

       Jovens e com um futuro pela frente interrompido pela morte precoce. Os municípios de Pesqueira, Alagoinha, Sanharó e Belo Jardim, todos no Agreste de Pernambuco, se ressentiram e amargaram, nas últimas horas, com as mortes de jovens de suas cidades.

       Segundo um recente estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mortes de jovens aumentaram nos últimos anos. Homicídios, doenças, acidentes e suicídios são as principais causas.

       A região Agreste do estado não foge à regra e registrou, nas últimas horas, exatamente quatros mortes referentes a homicídio, doença, acidente e suicídio.

       Além de trazer a dor para as famílias, a morte sempre foi algo incompreendido, mas quando o falecimento vem precoce o choque é maior.

       A morte prematura de jovens (15 a 29 anos) é um fenômeno que tem crescido no Brasil desde a década de 1980, aponta o estudo. A pesquisa revela que essa é uma idade em que as pessoas têm alto potencial produtivo, que acaba sendo desperdiçado para toda a sociedade

MORTES EM PESQUEIRA, SANHARÓ, BELO JARDIM E ALAGOINHA

       Nos últimos dias, quatro jovens morreram na região. Veja uma breve retrospectiva  

EXECUÇÃO

       A polícia de Pesqueira está investigando a morte de um adolescente, de 15 anos, ocorrido no bairro do Prado. O crime tem motivação e autores desconhecidos, mas há traços de execução no homicídio. O jovem, comenta-se, era envolvido com a criminalidade.

EXECUÇÃO EM PESQUEIRA

ACIDENTE

       Ontem (1º de abril), o Técnico de Informática Lucas Falcão Santos, de apenas 19 anos, morreu em um grave acidente na BR-232, entre as cidades de Tacaimbó e São Caetano. Lucas era de Belo Jardim.

       O rapaz era Técnico em Informática formado pelo IFPE – Belo Jardim e considerado “uma ótima pessoa, dedicado e muito conhecido na cidade”.

ACIDENTE DO RAPAZ EM BELO JARDIM

PANDEMIA

       Nesta sexta-feira (02 de abril), as cidades de Alagoinha e Pesqueira acordaram atônitas com a notícia da morte do estudante de medicina Pedro Lucas de Almeida Campos.

       Aos 18 anos, Pedro faleceu vítima de complicações da Covid-19. O sepultamento já ocorre e as cidades de Pesqueira e Alagoinha estão em choque. Centenas de mensagens de profundo pesar e luto estão sendo veiculadas nas redes sociais, lamentando a morte do jovem.

COVID-19 MATA JOVEM DE ALAGOINHA

SUICÍDIO

       Já em Sanharó, um jovem de apenas 25 anos cometeu o suicídio por enforcamento. Paulo José Foerster Didier estudou veterinária e morava em Maceió, mas estava de volta à sua terra.

       A cidade está em choque e ainda tenta entender a tragédia.  

JOVEM COMETEU O SUICÍDIO EM SANHARÓ

TEMA DE REDAÇÃO / MESTRE TIBETANO

       A morte na juventude foi tema de redação no ENEM e em vários vestibulares de grandes instituições educacionais. Numa delas, os alunos deveriam escrever sobre a história do monge tibetano.

       Conta-se que uma mulher viu seu filho, ainda bebê, adoecer e morrer em seus braços. Desesperada, saiu pelas ruas implorando que alguém a ajudasse a encontrar um remédio que pudesse curar a morte do filho. Como ninguém ajudou, ela procurou um mestre budista.

       O mestre, então, respondeu que havia, sim, uma solução para a sua dor. Ela deveria voltar à cidade e trazer para ele uma semente de mostarda nascida em uma casa onde nunca tivesse ocorrido uma perda.

       A mulher partiu em busca da semente. Foi de casa em casa. Sempre ouvindo as mesmas respostas. “Muita gente já morreu nesta casa”; “Desculpe, já houve morte em nossa família”; “Aqui nós já perdemos um bebê também”. Depois de percorrer a cidade inteira sem conseguir a semente de mostarda pedida pelo mestre, a mulher compreendeu a lição. Voltou a ele e disse: “O sofrimento me cegou a ponto de eu imaginar que era a única pessoa que sofria nas mãos da morte”.

       A lição do mestre tibetano mostra que “A morte pode ser vista como um mistério incompreensível. Ou como um absurdo inaceitável. A morte pode até ser tratada como um tabu”.

       Mas, seja como for, aceitemos isso ou não, a morte é uma realidade inexorável. Por mais que queiramos nos esconder dela, deixar de existir é tão natural quanto existir. Na verdade, a morte é provavelmente a única coisa certa na sua existência ou na minha: é certo que todos nós vamos morrer um dia”.

       Pessoas boas, pessoas ruins, vão morrer. Gente de qualquer parte do país ou do exterior. E esse dia pode acontecer amanhã ou daqui a anos.

FONTE DA PARÁBOLA DO MESTRE: opera10blog

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