
GALBA MACÊDO | A Maestra das Palavras transcende além da sala de aula, revela-se uma notável escritora e se dedica ao mundo da literatura
Uma excelente professora de Português que abraça o mundo da Literatura para uma jornada ainda mais profunda e inspirada. Veja a poesia e a arte de Galba Macêdo
Publicado em 19 de agosto de 2023 às 06:16Atualizado há 3 meses Por: Flavio J Jardim


PESQUEIRA (PE) – No vasto panorama educacional, algumas figuras brilham como estrelas reluzentes, guiando mentes jovens rumo à sabedoria e ao conhecimento. Entretanto, há aquelas que, para além do ofício de educar, encontram nas palavras o veículo para uma jornada ainda mais profunda e inspirada. Essa é a trajetória de Galba Macêdo, uma mestra, uma professora de português que se revela como uma escritora magistral.
Com sua paixão pela língua e pela literatura, Galba Macêdo não apenas ensina as regras gramaticais e as sutilezas do idioma, mas também constrói mundos e emoções com sua própria prosa e poesia. Seu comprometimento em ser sempre a melhor versão de si mesma é a bússola que a guia tanto na sala de aula quanto no universo das letras.
“Somos eternamente responsáveis por aqueles que cativamos”, ela afirma, e tal lema reflete não apenas sua dedicação ao ensino, mas também sua capacidade de cativar com sua escrita. Suas poesias têm o poder de transcender fronteiras geográficas, encantando corações não apenas na região, mas também por todo o interior de Pernambuco e no mundo.
Como uma artista da palavra, Galba Macêdo descreve a complexidade da existência humana com uma sensibilidade ímpar. “Em muitas das minhas madrugadas, ao perder-me do sono”, escreve ela, revelando a introspecção que permeia seus pensamentos noturnos. Seus versos abstratos dançam na delicada intersecção entre lembranças e esperanças, um reflexo da profundidade de suas reflexões.
Ela se autodenomina “apenas Galba Macêdo”, mas sua influência como educadora e escritora vai muito além de um simples nome. É um farol de conhecimento que ilumina a trajetória dos que a cercam, um manancial de palavras que fluem com beleza e emoção. Através da escrita, ela transcende a própria identidade e compartilha sua visão única do mundo.
Galba Macêdo não é apenas uma professora ou escritora, mas uma alma incandescente que enriquece a vida daqueles que têm o privilégio de cruzar seu caminho. No coração de Pernambuco, suas palavras ecoam como as notas de uma canção etérea, inspirando mentes jovens e maduras a abraçar a magia da linguagem e da literatura.
VEJA ABAIXO A ARTE E A SUTILEZA DAS POESIAS DE GALBA MACÊDO

NAS MINHAS MADRUGADAS
“Em muitas das minhas madrugadas,
Ao perder-me do sono
Os pensamentos invadem-me a mente…
São tantos!
São lembranças de épocas passadas, tempo, pessoas amadas…
Pessoas amadas. Umas que pouco vejo,
Outras que nunca vejo, esquecidas nas lembranças”
Outras que não mais verei porque o tempo levou
Levou para muito distante ou levou para outro plano, do qual pouco ou nada sabemos…
E penso: será que as madrugadas de todas as pessoas são para lembranças?
Ou algumas são melhores aproveitadas?
E quem sou eu para julgar o que é bem ou não aproveitado, se a cada um de nós cabe viver como bem lhe aprouver
O tempo das suas fantasias e lembranças
Ainda que de madrugada.
Galba Macêdo
SILÊNCIOS
Vez por outra, encontro-me
A pensar na importância e
Em tudo que o silêncio representa.
O silêncio canta, chora…
Ele também reza sem nada dizer
Ou grita tão alto Que poucos conseguem ouvi-lo…
Às vezes, pouco ou nada diz
Mas na pretensão louca
Ou lúcida dos poetas
É no silêncio que encontram,
As palavras mais coerentes
E cheias de sentido para
Sentir e falar
Ou mesmo nada dizer
Pois o silêncio é tão mágico
Que nele encontram-se, talvez
As maiores e melhores poesias
Dos poetas ainda incompreendidos.
Galba Macêdo / 2021

A ANGUSTIANTE ESPERA
Ela tinha um sonho
E perseguia-o à distância,
Calada, introspectiva,
Brincando com as palavras.
Por muitas vezes,
Pensou em ir em busca
(Do sonho)
Mas a timidez,
A falta de uma família conhecida
Fizeram-na recuar.
E num determinado momento,
Até sem pretensão
Fez um comentário triste
A uma tia/amiga
Muito amada.
E esse comentário
Fez com que essa pessoa especial
Desse-lhe forças para tentar.
As dúvidas foram e são muitas ainda
Mas a certeza da vontade e
Da capacidade de ser melhor
Na brincadeira com as palavras,
De aprender mais e deixar um legado
Das ideias que lhe vêm tanto à mente Fazem-na esperar, ansiosamente,
Pela resposta mais
Angustiante que já povoou
Sua mente cheia de palavras
À espera de um papel.
Galba Macêdo/ 2023

QUANDO O AMOR ACABA
O amor acaba?
Era a minha grande dúvida
Mesmo acreditando que amor
Não acaba nunca…
Era uma tarde chuvosa.
Eu lia um livro. Fechei-o
E pensei mais efusivamente
Naquele assunto que ora
Me intrigava.
E sim!
O amor acaba…
O amor acaba quando torna-se
Um tanto faz.
O amor acaba quando a
Cumplicidade acaba,
Quando acaba o cuidado…
Era-me triste, naquele momento
Concluir que sim,
O amor acaba.
Ele acaba quando os cumprimentos
Perdem-se numa série de TV
Ou mesmo em algo “mais importante”
Na tela de um celular.
O amor acaba quando não há mais
Horários para uma refeição, um vinho, Uma conversa animada, regada a risos
E gargalhadas por lembranças vividas.
Sim, o amor acaba…
Acaba o entusiasmo, o abraço,
O beijo inesperado.
E sim, e somos nós mesmos
Que o deixamos acabar…
Quando achamos que está tudo bem,
Que o outro está acostumado e
Que momentos “triviais” não farão falta.
E o amor acaba.
E, quando acontece de
Apercebermos-nos de que
Ele já não mais existe,
É tarde!
É tarde para qualquer atitude
Porque… o amor acabou.
Sim, o amor acaba.
Galba Macêdo / 2023

AO MEU NETO RICARDINHO
Tão pequeno e frágil
Olhado com amor através
Daquele vidro do bercário…
Tão pequeno e frágil
E dono de um amor
Infinito e puro,
Difícil de ser explicado.
Não porque seja maior
Que o universo
(Apesar de ser essa a sensação),
Mas porque nasceu
De quem nasceu de mim….
E veio trazer mais vida à
Minha vida,
Mais calor aos meus dias…
Simplesmente por ser meu
Primeiro netinho,
O meu Ricardinho.
05/06/2023

QUEM CALA, CONSENTE?
Apesar dos ditos populares
Serem consideradas expressões sábias, Ouso e uso de licenças poéticas
Para bem discordar
Ou não concordar em sua totalidade.
Quem cala, consente!
Ouso discordar e dizer
Que nem sempre!
Pra mim, que “falo pelos cotovelos”,
Não se aplica literalmente.
Quem cala nem sempre consente.
Quem cala pode omitir, omitir-se…
Quem cala pode, simplesmente, não se
importar com a pergunta ou assunto… Quem cala talvez não queira magoar com
sua resposta… e pior ou não,
Quem cala pode nem ter prestado
Atenção ao assunto
E esquiva-se de opinar…
Quem cala talvez não se incomode
Com o assunto tratado
Ou mesmo com a pessoa que pôs
O assunto em pauta.
Não ouso concordar com o “quem cala
consente”
E peço licença aos poetas de plantão
Para perdoarem essa “brincant de palavras”
A não concordar com algo que já
Passou por tantas gerações.
Galba Macêdo/2023

