A voz do verdadeiro seresteiro de Pesqueira calou!
Neste mês de novembro de 2020 nossa cidade e região passam por momentos de dura tristeza, por perdas irreparáveis de filhos da terra e amigos de cidades circunvizinhas
Por Flávio José Jardim
atualizado há 4 anos
Publicado em 10 de novembro de 2020, 19h01
TEXTO: Evaldo Pajeú
E nesta terça--feira (10.11.2020), mais um dos nossos conterrâneos parte para a casa do Pai. Estamos falando de um dos maiores (senão o maior) SERESTEIRO de Pesqueira, da região e quiçá do estado de Pernambuco, o saudoso José Amaral.
Sinto-me como se tivesse perdido um membro da minha família, um irmão. Mas... Foi da família musical pesqueirense, pessoa que fui seguidor desde os meus primeiros passos na música.
Foi Zé (assim carinhosamente chamado), o responsável direto pelo meu ingresso, em cantar a chamada SERESTA. E olha que eu tinha apenas 16 anos, à época, quando o vi cantar na inesquecível Festa de Santa Águeda - Padroeira da nossa cidade.
Ele como CONTRATADO e eu já admirava a belíssima voz que o acompanhou até a partida final desta vida.
No Bar Veneza, do saudoso Severino Cacheado, ele era sempre presença marcante com seu Violão ou Cavaquinho, ou cantando com seu regional lotando o recinto todos os finais de semana. E eu sempre o acompanhava, ouvindo-o e aprendendo com ele a Arte de Cantar, escutar e gostar da bela música Romântica.
Por isso tornei-me muito cedo a ser Romântico. Às vezes, quando o mesmo era contratado para fora de Pesqueira para fazer alguns Shows ou fora do estado, eu era contratado pelo Veneza para substituí-lo. Outras vezes, ele mesmo exigia que eu fosse o contratado... me confidenciou depois.
Ultimamente, quando ele se encontrava em casa, por causa da Pandemia, eu passava todos os dias para conversar com ele e ele me elogiava, pelo programa CRNEWS, que estava sempre a me escutar, no outro Prefixo.
Quando eu viajava para minhas periódicas visitas aos médicos, para os procedimentos, ele se preocupava comigo. Queria saber como eu estava nos tratamentos e eu também perguntava dele. Éramos como dois irmãos, um cuidando do outro.
E nesta terça-feira, sua filha, a quem eu sempre perguntava via redes sociais, como ele estava, me disse que o mesmo teria se submetido a 1ª cirurgia estava bem, e que na semana que vem realizaria a 2ª e definitiva cirurgia, o que me deixou preocupado. O porquê desta divisão de cirurgia? Perguntei-me.
Nesta fatídica terça-feira, já apresentando meu programa pela manhã, voltei a perguntar a ela, como está o meu cantor? E a resposta não foi a que eu gostaria de ler: Está na UTI entubado! Isso por volta de 9h da manhã. Perdi a concentração e o ímpeto para prosseguir...
Mas, como são “ossos do ofício”, segui até às 10h. Depois tentei novamente contato e não mais obtive resposta dela. E lamentavelmente pelas redes sociais, vi a triste notícia estampada no “visor” do meu celular: A voz do maior Seresteiro de Pesqueira e região... CALOU!
Esta manhã de quarta-feira (11), no meu Programa, farei uma singela homenagem nos ARTISTAS DA NOSSA TERRA, onde ele cantará 4 músicas, das 8h às 8h30.
Descanse em Paz ZÉ... Vá cantar com uma legião de ótimos SERESTEIROS que te espera na casa do PAI, onde moram as ESTRELAS. Nós aqui, teus admiradores e seguidores na música, tentaremos não te esquecer e de quando em vez, ouviremos uma música com sua voz, para nos acalentar.
E à família, os nossos sentimentos!
Evaldo Pajeú de Mello
(Radialista, Músico, amigo e admirador).
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