Delegado lavra TCO por “desentendimento entre dois integrantes de militâncias adversárias” e ameaça em Pesqueira
O delegado de Pesqueira, Dr. Guido Lins, trata o caso como “desentendimento entre militância”, mas lavrou TCO também como ameaça, que será encaminhado à Justiça
Por Flávio José Jardim
atualizado há 4 anos
Publicado em 22 de outubro de 2020, 17h30
Muitos advogados, imprensa, polícias civis e militares e um caso de “desentendimento entre militantes”. Isso foi o que movimentou a tarde de hoje (22 de outubro) na Delegacia de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco.
A Delegacia de Pesqueira trata o caso como “desentendimento de militantes e ameaça”, mas o caso chamou a atenção de curiosos, da imprensa e do meio político da cidade. Um TCO foi lavrado.
Segundo o delegado Guido Lins, o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Pesqueira Evando Junior, “tomou conhecimento que algumas pessoas teriam ido hoje à secretaria de Infraestrutura da prefeitura à procura dele fazendo ameaças, dizendo que iam ‘pegar’ ele”.
Segundo o depoimento colhido pelo delegado, “ele ficou com medo e procurou a polícia militar. No caminho para a delegacia, Evando vinha com os policiais e encontrou o carro da pessoa que teria feito as ameaças, Edilson Hiago Cavalcanti. Os policiais abordaram o carro e o levaram para a delegacia”. No momento o candidato a vice, Paulo Campos, estava também no carro. E por isso também foi para a delegacia.
No depoimento, o Hiago disse que ontem à noite, ia com o carro de som com reboque quando Evando Junior teria filmado a ação. “Ele diz que não gostou e disse: pode voltar e filmar”. O delegado informa que, segundo Hiago, “Evando Junior teria fechado o carro dele na ocasião”. Mas, o delegado diz que “segundo Evandro, ela estava apenas filmando o veículo”.
Evando Junior disse em depoimento que, na noite anterior, foi xingado com palavrões. E hoje, 22, tomou conhecimento que o mesmo Hiago fora à secretaria de Infraestrutura a procura dele e “teria feito ameaças de morte”. Teria dito até que “ia mandar Evando Junior pro inferno”
No depoimento dado ao delegado, Hiago informou que “foi na secretaria de Obras, hoje de manhã, procurar ele para dizer que não tinha gostado de ele ter fechado o carro”. Hiago disse ainda ao delegado que “não fez ameaça alguma”.
O delegado diz taxativamente que “não se trata de envolvimento com a majoritária. Foi um desentendimento entre os dois, que participam das militâncias adversárias”. Entre Evandro Junior e o Hiago.
TCO
O delegado ouviu as partes, incluiu os depoimentos em um só procedimento com o TCO de ameaça e vai enviar para a Justiça. Segundo o delegado, Hiago afirmou que “trabalha para a militância do candidato a vice de Marquinhos, Paulo Campos”.
“Vou encaminhar para a Justiça. O juiz deve chamar e ouvir as partes, tentar uma conciliação e decide sobre o caso”. “Mas entendo que o que houve foi apenas um desentendimento entre duas pessoas que trabalham para militâncias adversárias, sem envolvimento da majoritária A ou B”.
DEFESA DE HIAGO
O advogado Hugo Torres (que se apresentou como advogado da coligação de Marquinhos), disse hoje no início da noite, em entrevista rápida à imprensa (Site Flávio J Jardim e Edna Soares – Rádio Nova Líder), em frente à delegacia, que “o Hiago estava se dirigindo ontem para um evento de campanha do cacique, no Eucaliptos e Evando Junior foi filmar a ação”.
Logo em seguida, segundo Hugo, Evando Junior teria dado “um trancão” no carro de som de Hiago, que ficou sem poder sair com o veículo, isso já perto de um posto de gasolina.
O advogado diz também que Evando Junior teria enviado um emissário na casa de Hiago afirmando que “iria pegar ele”. Então, segundo o advogado, Hiago foi hoje na Secretaria de Infraestrutura “tentar amenizar a situação”. E teria dito que iria tentar falar com ele “até no inferno”. “Jamais ele disse que ia mandar Evando Junior para o inferno”, explica o advogado.
O advogado prossegue dizendo que “Evandro Junior fez uma denúncia na Polícia Militar e os policiais abordaram hoje Hiago e Paulo Campos no carro do candidato a vice”. E Paulo Campos, segundo o advogado, “foi para a delegacia apenas porque foi abordado”.
O advogado Hugo criticou essa ação, dizendo que “Paulo é uma autoridade constituída do município e jamais poderia ter sido abordado daquela forma”. Hugo negou ainda que Hiago teria ido ao carro de Evandro Junior em frente ao hospital, ontem à noite, tomar satisfações.
No finalzinho da tarde desta quinta-feira (22), todos os envolvidos foram liberados e o delegado concedeu entrevista à imprensa. Ele reafirmou que um TCO foi lavrado e será encaminhado à Justiça.
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