Pesqueira e Lajedo ainda choram suas perdas após o acidente do Dia de Finados, mas se unem agora em um gesto de esperança e solidariedade: salvar a vida da jovem Maria Luiza de Melo Neta.

A dor ainda ecoa pelas ruas de Pesqueira e Lajedo. Desde o trágico acidente ocorrido no último Dia de Finados, as duas cidades irmãs mergulharam num silêncio pesado, um luto coletivo que parece não ter fim. O impacto da tragédia, que vitimou três jovens cheios de vida e sonhos, transformou o Agreste pernambucano num território de lágrimas e oração. Mas, em meio à tristeza, surge um apelo urgente: a quarta vítima do acidente, Maria Luiza de Melo Neta, luta bravamente pela vida e precisa de doação de sangue com urgência.

“Nossa filha está precisando urgentemente de doação de sangue. Agende e doe no nome de Maria Luiza de Melo Neta, no Hospital Regional Ruy de Barros Correia, em Arcoverde. Doe sangue, salve vidas”, pede a família, em um clamor que tem comovido a região. O apelo se espalha nas redes sociais, nas igrejas, nas escolas e nos grupos de WhatsApp. A luta de Maria Luiza é, agora, a luta de todo um povo.

O acidente que mudou para sempre o destino de quatro famílias aconteceu na tarde de domingo, 2 de novembro, feriado de Finados, no quilômetro 226 da BR-232, nas proximidades do distrito de Ipanema, em Pesqueira. Dois veículos — um Fiat Siena e um Fiat Mobi — colidiram de frente com força devastadora. O impacto foi tão brutal que deixou os carros irreconhecíveis. A tragédia foi tamanha que até socorristas experientes ficaram abalados diante da cena.

As vítimas fatais foram identificadas como Diego Augusto Vasconcelos de Freitas, de 40 anos, e sua esposa, Iara Aparecida Espíndola de Freitas, de 37, ambos de Pesqueira; e Adrian Roberto da Silva, de 23 anos, de Lajedo. O casal Iara e Diego era muito querido em Pesqueira: ela, professora dedicada do Colégio Santa Doroteia; ele, técnico em informática reconhecido pelo carinho e compromisso com o trabalho. O velório, realizado na quadra da escola onde ambos lecionavam e trabalhavam, foi um dos momentos mais comoventes da história recente da cidade.

Mas o destino, cruel e imprevisível, poupou uma vida — ainda que por um fio. Maria Luiza, noiva de Adrian, estava em um dos carros e sobreviveu, mas em estado gravíssimo. Ela passou por cirurgia e permanece internada no Hospital Regional de Arcoverde, onde médicos e enfermeiros acompanham, hora a hora, sua recuperação. “Ela é uma guerreira”, dizem os familiares. “Está lutando com todas as forças.”

Em Lajedo, onde Maria Luiza nasceu e cresceu, a solidariedade se transformou em corrente de fé. Igrejas rezam por ela, comerciantes colam cartazes pedindo doação de sangue, e amigos de infância organizam campanhas nas redes sociais. Cada gota de sangue doada é tratada como uma faísca de esperança. “A vida dela depende disso”, repetem os voluntários.

Enquanto a jovem batalha pela sobrevivência, Pesqueira e Lajedo tentam encontrar forças para seguir. As duas cidades, separadas por quilômetros, foram unidas pela dor — e agora também pela esperança. O caso reacendeu a discussão sobre os perigos da BR-232, uma das rodovias mais movimentadas e perigosas do Agreste, onde acidentes fatais se repetem com alarmante frequência.

Segundo informações, “Maria Luiza já realizou alguns procedimentos cirúrgicos e tem outros para serem realizados, mas está respondendo bem ao tratamento, e continua na UTI”.

Neste momento, o gesto mais simples pode ser o mais grandioso: doar sangue. É um ato de amor, um sopro de vida em meio à tragédia. Quem quiser ajudar deve procurar o Hospital Regional Ruy de Barros Correia, em Arcoverde, e informar o nome Maria Luiza de Melo Neta.

A luta de Maria Luiza é a esperança de todos nós. Que a solidariedade transforme a dor em cura, e que o sangue doado se converta em vida.

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