Em Pesqueira, Gera Santana se tornou uma espécie de Artífice da Imortalidade
Nos últimos tempos o intelectual e poeta Geraldo Santana comandou com honra, orgulho e zelo a Academia Pesqueirense de Letras e Artes (APLA). Não apenas é um guardião da cultura e das artes do município, mas ressuscitou a entidade, tornando-a um verdadeiro Templo do Saber
Por Flávio José Jardim
atualizado há 4 anos
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Desde a antiguidade o ser humano busca mecanismos ou métodos para viver eternamente. Já houve tentativa de transplante de cérebro, pílulas regeneradoras e até o congelamento do corpo e mente para, quando a medicina evoluir em escala estratosférica, tentar reavivar o Homem e curá-lo de algum mal.
Em diversas mitologias, seja nórdica, grega, romana ou japonesa, há registro do desejo do homem em prolongar a vida ou viver para sempre.
Pensadores dizem que são tolos, uma vez que o corpo não se perpetua, mas sim a mente, através dos sentimentos e ideologias expressos em doutrinas, livros, quadros, esculturas ou invenções magníficas.
Jesus, Marconni, Einstein, Gutemberg, Sófocles, Da Vinci, Michelangelo... Uma série de nomes célebres que passaram pela humanidade e deixaram um legado impressionante. Esse legado tornou-se imortal.
Para estudiosos, o pensamento sobre a imortalidade se resumiria a duas vertentes: o gosto de viver pela eternidade ou ainda aqueles que contraíram a imortalidade como uma maldição. Quem nunca leu sobre a pena que o homem recebe para viver preso para sempre?
Em Pesqueira, a imortalidade é cultuada como uma forma de preservar a obra artística ou cultural de pessoas que foram ou são magníficos em suas áreas. A imortalidade é vista de uma forma mais pura, onde membros da sociedade se comprometem a ser guardiões desses feitos grandiosos.

Anísio Galvão, Zeferino Galvão, Marco Macena, Potyguar Matos, José de Almeida Maciel, Luiz Wilson, tantos e tantos nomes... Imortalizaram suas ideias através de registros, obras literárias, dramaturgia e de atividades que engrandeceram a Pesqueira Lendária e Eterna.
Geraldo Santana é um deles. Nos últimos tempos comandou com honra, orgulho e zelo a Academia Pesqueirense de Letras e Artes (APLA). Não apenas é um guardião da cultura e das artes do município, mas ressuscitou a APLA, tornando-a um verdadeiro Templo do Saber.
Em sua gestão, acima de tudo cumpriu com o seu dever enquanto acadêmico, mas a diretoria encabeçada por ele restaurou o prédio da APLA, criou o Jardim da Poesia, implantou a sonorização da APLA, fez um amplo trabalho para prestigiar quem faz Cultura e admitiu novos membros.
Além disso, foi criada a Galeria de Artes e abriu-se as portas da APLA à sociedade. “Tornamos a APLA uma verdadeira Casa de Cultura. Cumprimos o nosso dever”, resumiu Gera Santana, que conclui seu mandato deixando uma APLA mais viva, vigorosa e atuante.
Gera também dedicou seus esforços para ampliar a Biblioteca da APLA, um verdadeiro totem da cultura pesqueirense. Agora, segundo ele, novos acadêmicos e membros mais antigos vão conduzir a organização do acervo.

FABRO?
Sim, quando se fala que Gera Santana é um fabro da eternidade não é superlativismo ou hipérbole. Gera, como diretor, incentivou e abriu as portas para novos membros. Claro, tudo dentro de uma seleção auspiciosa.
Voltando à mitologia, quem sempre buscou a imortalidade precisou de feitos heroicos e aventuras épicas.
Aqui em Pesqueira, os novos membros têm a missão de abraçar a essência que Gera sempre defende: preservar e enriquecer as artes e a cultura de Pesqueira.
Gera continua firme e forte na APLA, mas uma nova diretoria assume, na pessoa da Confreira Conceição Lima, que junto a um rol de acadêmicos vai comandar os destinos da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.
CONTOS & LENDAS
Sísifo; Galahad; a garota japonesa que desavisada comeu carne da sereia “ningyo”, e que só foi lhe concedido o direito de morrer aos 800 anos de idade; Ponce de Léon, que teria descoberto a fonte da juventude; Loki, que foi persuadido a roubar os pomos de ouro, fazendo os deuses envelhecer e enfraquecer, recebeu como pena a imortalidade. Ao ser descoberto, Loki foi obrigado a reaver as frutas e restabelecer os poderes de seus superiores...
Já na mitologia chinesa, Sun Wukong roubou uma plantação de pêssegos da imortalidade da Rainha Mãe do Ocidente, Xi Wangmu. Ele consome uma dessas frutas e lhe é concedido mil anos de vida.
Todos esses personagens fizeram trabalhos homéricos para conseguir ou ser penalizado com a imortalidade.
Em Pesqueira, a APLA não exige que novos membros realizem feitos idênticos aos dos personagens da Ilíada ou da Odisseia, do poeta grego Homero. Quer apenas atitudes e o compromisso de valorizar e preservar a cultura da Atenas do Sertão.
Gera conclui seu mandato na APLA com ética, compromisso, fidelidade e eficácia. Seu legado já é imortal e se os deuses do Olimpo ou os grandes imortais de Pesqueira (àqueles que já foram para o andar de cima) fossem agradecê-lo pelo trabalho épico, usariam em uníssono o timbre grave da própria voz de Geraldo Santana e diriam “Muito Obrigado”.
Valeu Gera.

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