PESQUEIRA (PE) - Na noite do último domingo (9 de fevereiro), um acidente fatal chocou a cidade de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, deixando uma marca de dor e comoção nas famílias envolvidas. 

     A colisão frontal entre uma motocicleta e um carro no Km 213 da BR-232 resultou na morte de dois homens e deixou duas adolescentes gravemente feridas. O trágico incidente expõe mais uma vez os perigos que assombram as rodovias do interior pernambucano, onde imprudência, falta de sinalização e a velocidade excessiva frequentemente se tornam fatores decisivos nas tragédias que marcam a vida de tantas famílias.

     De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente ocorreu quando a motocicleta, com dois ocupantes, teria invadido a contramão da rodovia, colidindo frontalmente com um veículo. Os dois homens que estavam na moto, não sobreviveram ao impacto e morreram no local. Informações não-oficiais atestam que as vítimas seriam um rapaz conhecido por Gal e o outro se chamava Sr Luiz e que trabalham em supermercado. 

     A suspeita da PRF é de que a moto estava em alta velocidade e, ao entrar na contramão, não teve tempo de evitar o choque com o carro que seguia corretamente na pista. Este tipo de colisão frontal, tão comum em rodovias com faixas simples e sem a devida sinalização, resulta em consequências devastadoras, como se pode ver no trágico desfecho dessa noite.

      Por outro lado, as duas adolescentes que estavam no carro, com idades de 12 e 15 anos, ficaram feridas. Elas foram socorridas rapidamente e encaminhadas ao Hospital de Pesqueira, onde receberam atendimento médico. Embora o estado de saúde das meninas não tenha sido divulgado pelas autoridades, a gravidade dos ferimentos de uma delas, que teria ficado ensanguentada, conforme relatos, deixou a população local ainda mais angustiada com a situação. 

     O motorista do carro, que também foi mencionado em grupos de WhatsApp da cidade, não foi encontrado no local do acidente, mas em um áudio divulgado nas redes sociais, o homem, se identificando como o responsável pelo veículo, alegou que a moto vinha em alta velocidade pela contramão e que ele não teve tempo de evitar o choque.

O relato do motorista sobre a dinâmica do acidente reforça a sensação de impotência que muitos motoristas sentem ao enfrentar as condições precárias das rodovias pernambucanas. Em seu áudio, ele descreveu como teve que socorrer suas filhas, uma das quais estava gravemente ferida, com a cabeça inchada e sangramentos evidentes. 

     A BR-232, uma das principais rodovias que cortam o estado, é palco de frequentes acidentes, muitos deles fatais. A estrada, que liga a capital Recife ao interior do estado, atravessa diversos municípios, mas ainda sofre com a ausência de manutenção adequada, sinalização precária e trechos de pista simples onde os motoristas se veem expostos ao risco constante.

 
     A falta de investimentos em infraestrutura e fiscalização tem sido uma constante nas rodovias de Pernambuco, onde a falta de sinalização e a imprudência dos condutores se tornam uma combinação fatal. Nos últimos anos, o aumento de acidentes envolvendo motocicletas, especialmente em rodovias de alta velocidade, tem preocupado as autoridades e a população local.

     Em meio a esse cenário, a investigação do acidente segue sendo conduzida pela Polícia Civil, que tentará esclarecer os detalhes do que ocorreu naquela noite. As versões conflitantes sobre a dinâmica do acidente, especialmente as declarações do motorista, serão analisadas cuidadosamente. A dúvida sobre a responsabilidade de cada envolvido ainda paira sobre o caso, mas a perda irreparável de duas vidas e o sofrimento das adolescentes feridas permanecem como a realidade cruel que ninguém consegue reverter.

     Pesqueira e outras cidades do Agreste Pernambucano continuam sendo marcadas por essas tragédias, que se repetem em uma rotina de dor e sofrimento. São vidas que se perdem nas estradas, em acidentes que poderiam ser evitados com mais fiscalização, infraestrutura e educação no trânsito. 

     O que resta é o lamento das famílias que, de um dia para o outro, veem seus entes queridos desaparecerem em um simples deslize, em um segundo de imprudência.