O Brasil está de luto desde ontem, quarta-feira (16), após um grave acidente interromper de forma brutal os sonhos de jovens universitários paraenses. Eram por volta das 4h da madrugada quando uma carreta desgovernada invadiu a contramão da BR-153, em Porangatu (GO), e colidiu violentamente com dois dos quatro ônibus que transportavam estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) rumo a Goiânia. O saldo foi devastador: cinco mortos, entre eles o motorista do caminhão e três estudantes, e dezenas de feridos.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o primeiro ônibus atingido levava 25 estudantes, dois motoristas e um orientador. A pancada frontal com o caminhão destruiu completamente a dianteira do coletivo. No interior do veículo, cenas de horror: corpos dilacerados, gritos de socorro, e lágrimas. O segundo ônibus foi atingido de raspão, mas felizmente, os passageiros saíram ilesos. A estrada ficou completamente interditada até as 9h da manhã.

Cinco vítimas foram socorridas pela concessionária Ecovias Araguaia, sendo quatro em estado gravíssimo. Uma jovem foi entubada ainda no local e transportada às pressas para o hospital de Porangatu. As demais foram levadas a hospitais da cidade e também para unidades de emergência em Alvorada, no Tocantins. O trabalho das equipes de resgate foi árduo, com alguns passageiros presos às ferragens por horas.

A tragédia abalou a comunidade acadêmica, famílias e autoridades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participaria do Congresso da UNE em Goiânia nesta quinta (17), lamentou profundamente a perda de jovens com um futuro promissor. “É uma perda irreparável para o Brasil. Jovens que estudavam para mudar o mundo tiveram seus sonhos destruídos por um acidente evitável”, declarou em nota oficial.

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela Polícia Rodoviária Federal, mas testemunhas afirmam que o caminhão estava em alta velocidade e teria invadido a contramão após uma curva. A suspeita é que o motorista tenha dormido ao volante. Ele também morreu na hora. Seu passageiro sobreviveu, mas está em estado grave.

Familiares das vítimas, desesperados, se deslocaram do Pará até Goiás em busca de notícias. Muitos ainda não conseguiram identificar os corpos, tamanha a violência do impacto. A UFPA decretou luto oficial de três dias. Velórios e homenagens devem ocorrer nas cidades natais dos estudantes nos próximos dias.

O caso escancara a negligência nas rodovias federais e levanta questionamentos sobre a segurança no transporte de estudantes. “Não podemos permitir que sonhos continuem sendo soterrados em pistas esburacadas e mal fiscalizadas”, declarou uma representante do DCE da UFPA.

Enquanto o Brasil chora a perda de seus filhos, uma pergunta ecoa no ar: até quando a juventude vai morrer na estrada da negligência?

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