A noite de 2 de julho terminou em tragédia na BR-423, no Agreste de Pernambuco. O empresário Juliellyson Torres da Silva, de apenas 32 anos, morreu após colidir frontalmente com uma carreta no Km 67,4 da rodovia, em um trecho conhecido como Serra do Boi Morto, no município de Jupi. O motivo: tentou desviar de um buraco.

Juliellyson, que dirigia uma picape Fiat Strada, seguia para Lajedo, onde morava e mantinha um pequeno negócio no ramo de autopeças. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele perdeu o controle do veículo ao fazer a manobra brusca e bateu de frente com a carreta que vinha no sentido contrário.

Com o impacto, o veículo de passeio ficou completamente destruído. O empresário morreu preso às ferragens e não teve chance de socorro. O motorista da carreta permaneceu no local, prestou depoimento e foi liberado. A PRF confirmou que ele estava habilitado e não havia sinais de embriaguez.

O trecho onde ocorreu o acidente já é conhecido por moradores e motoristas como uma "zona de risco". Buracos, curvas perigosas e falta de iluminação tornam a estrada um desafio constante para quem trafega pela região. “Essa estrada está um perigo. Todo dia quase acontece uma tragédia”, desabafou um caminhoneiro que presenciou o acidente.

O corpo de Juliellyson foi retirado pelos bombeiros e encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru. Familiares, em choque, afirmaram que ele estava voltando de uma viagem de trabalho. “Era um rapaz trabalhador, muito querido”, disse um tio da vítima.

A morte do empresário reacendeu o debate sobre as péssimas condições das rodovias federais no interior de Pernambuco. Usuários da BR-423 já vinham denunciando os riscos do trecho, mas nenhuma obra significativa foi realizada recentemente. “Quantos vão precisar morrer pra alguém fazer alguma coisa?”, questionou um morador de Jupi.

Juliellyson deixa esposa e uma filha de 3 anos. Em Lajedo, o clima é de luto e revolta. O comércio local fechou as portas por uma hora em homenagem ao empresário, e uma missa de corpo presente está marcada para esta sexta-feira.

Enquanto a família se despede, a comunidade exige justiça. “A culpa não foi dele. Foi da omissão”, disse o irmão da vítima. O buraco que ele tentou desviar ainda está lá — à espera da próxima tragédia.