A noite do dia 10 de abril começou como qualquer outra na delegacia de Serra Talhada. O comissário Deodoro encontrava-se de serviço quando, por volta das 18h40, foi alertado por latidos de um cão que algo se aproximava da entrada da unidade. Um homem chegava em busca de ajuda. O que ele não esperava era que aquele seria o início de uma sequência de eventos que terminaria em tiros, feridos e morte.

O cidadão, aparentemente em busca de orientação, dizia que sua irmã havia se apropriado de seus documentos. Agitado, estendeu o celular ao policial para que este falasse com ela. No instante em que o comissário recebia o aparelho, foi subitamente agarrado pelo pescoço numa "gravata". Uma luta corporal se seguiu. Durante o embate, a arma do policial caiu. O agressor a tomou, empurrou o agente e, antes de fugir, disparou ainda dentro do pátio da unidade.

Em fuga, o indivíduo tentou abordar um veículo. Mas a essa altura, o alerta já havia sido emitido. Viaturas da Polícia Militar iniciaram buscas intensas. Durante a tentativa de abordagem ao agressor, houve confronto armado. Um dos policiais militares foi atingido por um disparo no pescoço. Foi socorrido rapidamente e transferido para o Hospital Eduardo Campos. Felizmente, seu estado de saúde foi estabilizado.

O criminoso, porém, não resistiu. Durante o tiroteio com a PM, foi alvejado e morreu no local. Sua identidade ainda não foi divulgada pelas autoridades. A Polícia Civil, por sua vez, já deu início às investigações, e o Instituto de Criminalística foi acionado para realizar os exames e perícias necessárias.

A audácia do ataque expõe a fragilidade da segurança em locais onde a estrutura deveria garantir o contrário. Um policial civil foi surpreendido, desarmado e quase perdeu a vida. Outro, militar, acabou ferido no cumprimento do dever. O episódio levanta sérias reflexões sobre a segurança das delegacias e a saúde mental de quem nelas adentra.

Serra Talhada, acostumada com suas batalhas cotidianas, testemunhou uma noite de tensão e violência que dificilmente será esquecida. A delegacia, símbolo de ordem, foi palco do caos. E a paz, como tantas vezes no interior nordestino, ainda caminha sob a sombra da incerteza.