CONTRA O PRECONCEITO: A comunidade indígena se levanta contra uma alegada "campanha de difamação e ódio" direcionada a todos os seus membros
Em Ato de Afirmação e Resistência, o Povo Xukuru do Ororubá se uniu em defesa da verdade e contra a discriminação, com uma grande mobilização pacífica nesta terça-feira (28), em Pesqueira. Texto: Henrique Cavalcanti
Por Da Redação
atualizado há 5 dias
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PESQUEIRA (PE) - A comunidade indígena se levanta contra uma alegada "campanha de difamação e ódio" direcionada a todos os seus membros.
O protesto surge como resposta direta a tentativas recentes de associar o Líder e Prefeito Indígena, Cacique Marcos Luidson de Araújo, a atos criminosos. Essa narrativa ganhou força após a apreensão de uma plantação de maconha em uma área do extenso Território Xukuru de 27.555 hectares.
Lideranças Xukuru insistem que o contexto do episódio tem sido "politizado e distorcido". Eles reafirmam que o território mantém parcerias formais com a Polícia Militar de Pernambuco e a Polícia Federal para coibir qualquer ilicitude em suas terras.
"Esta narrativa tendenciosa não é só um ataque ao nosso prefeito, mas um ataque a toda a nossa identidade", afirmou o indígena Kleber Xukuru, expressando o sentimento de que a marcha é, essencialmente, uma luta pelo direito inalienável do Povo Xukuru do Ororubá de existir e determinar seu próprio caminho político.
Com mais de 24 aldeias, a comunidade Xukuru do Ororubá é um motor fundamental da economia local, fornecendo grande parte da produção agrícola da região (banana, feijão e hortaliças), baseada em métodos ancestrais e sustentáveis.
O Território Xukuru do Ororubá, conquistado após árduas lutas e reconhecido oficialmente, é um exemplo de governança territorial e cuidado com o meio ambiente, tendo sua autonomia fortalecida em 2023 com a criação de seu Protocolo Comunitário Biocultural, com o apoio do PNUD.
A manifestação desta terça-feira se consolida como um marco de união e resiliência, transformando séculos de obstáculos em um protagonismo político firme em defesa da verdade e da garantia de seus direitos territoriais e sociais. Seu lema ecoa forte: “Onde Houver Ódio Levaremos o Amor”.
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01 Comentário
Rodolfo
Comentou há 4 dias.
Com todo o respeito à discussão sobre preconceito, não podemos desviar o foco do problema mais urgente e concreto: a descoberta de plantações de maconha na área indígena. Isso não é uma questão de difamação; é uma questão de crime e segurança. Exigimos que as autoridades competentes — Polícia Federal e Funai — iniciem uma investigação profunda e imediata para erradicar essas plantações e responsabilizar os envolvidos. O combate ao crime deve ser prioridade absoluta.
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