A manhã da última quarta-feira (27) foi marcada por uma cena macabra no Cemitério Morada das Verdes Colinas, em Moreno, Região Metropolitana do Recife. O corpo do comerciante Vladimir Vital Barbosa da Silva, de 63 anos, conhecido como Vavá da Vassoura, foi encontrado fora de sua sepultura, sentado sobre o próprio túmulo, em um ato que chocou a cidade e levantou suspeitas de profanação.

Funcionários do cemitério foram os primeiros a se deparar com a cena, ao chegarem para o expediente. De imediato, acionaram a administração, que chamou a Polícia Militar. A Polícia Civil iniciou as investigações, e o Instituto de Criminalística recolheu uma pá com vestígios que podem indicar o responsável pelo crime.

Imagens que circularam nas redes sociais aumentaram ainda mais o impacto do caso. Vídeos mostraram o corpo sendo removido por equipes do Instituto de Medicina Legal (IML). O túmulo, violado, revelava sinais de escavação recente. A hipótese inicial é de vilipêndio de cadáver, crime previsto no Código Penal com pena de até três anos de prisão.

A família de Vladimir, que havia sepultado o comerciante no domingo (24), foi surpreendida com a notícia. A dor do luto se misturou ao trauma de ver a memória do ente querido violada. Amigos relatam que Vavá era figura querida na cidade, dono de uma loja simples, mas sempre disposto a ajudar a comunidade.

Até o momento, a Polícia Civil não confirmou suspeitos nem possíveis motivações. A investigação segue em andamento, e análises de DNA serão realizadas no material encontrado. Não se sabe se o ato teve caráter ritualístico, vingança ou apenas vandalismo.

Moreno ainda vive sob o efeito do susto. O episódio, que parece saído de uma narrativa de terror, expõe não apenas um crime, mas também uma ferida simbólica: o desrespeito aos mortos, em uma sociedade que preza tanto pelos ritos de despedida e memória.