População de Pesqueira tem dias de arte e cultura com o Festival Pernambuco Meu País
De sexta (2/08) a domingo (4/08), Governo de Pernambuco promoveu dezenas de ações culturais com artistas pernambucanos e nacionais para todos os públicos e idades
Por Flávio José Jardim
atualizado há 4 meses
Publicado em 8 de agosto de 2024, 13h55
PESQUEIRA (PE) - Com mais de 90 atrações divididas em vários polos artísticos, o Festival Pernambuco Meu País (@festivalpernambucomeupais), promovido pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-Pe) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), atraiu cerca de 21 mil pessoas entre 2 e 4 de agosto no município de Pesqueira, no Agreste, segundo informações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE).
O evento contou com 12 polos e atrações em diversas linguagens, promovendo o entretenimento gratuito ao público da região.
PROGRAMAÇÃO
Em Pesqueira, além do palco Pernambuco Meu País, outros polos voltados para as mais diversas linguagens artísticas fizeram parte da programação nos palcos País da Literatura, Pais das Conexões Criativas,País das Culturas Populares, País das Conexões Visuais, País das Artes Cênicas, Cortejo Brincantes, País da Música, Palco Conservatório Pernambucano de Música (4), Lona Alakazam – País do Circo, País da Cultura Alimentar, País das Matrizes do Forró e Pernambuco Meu País.
O País da Cultura Popular apresentou 14 manifestações da cultura popular pernambucana representadas por grupos como Orquestra Henrique Dias, Coco de Roda do Grupo Cultural Caboclo, Mestre Anderson Miguel e a Ciranda Raiz da Mata Norte, Bloco Afro Lamento Negro, Adiel Luna e o Coco Camará, Afoxé Ylê Xambá e Elisete Cirandeira, dentre outros. O palco também foi levado para a Aldeia de Cimbres, com apresentações do Samba de Coco Toype Ororubá, Coco do Amaro Branco e Coco de Toré Pandeiro do Mestre.
O País da Literatura realizou uma ação itinerante no município com o projeto Livros Livres, nos distritos de Cimbres e Mutuca. A iniciativa tem como referência o conceito de bookcrossing, ou seja, o ato de “esquecer” livros em lugares públicos para que as pessoas que os encontrem possam lê-los e, eventualmente, deixá-los em outro lugar para que mais pessoas o levem. Também houve contação de histórias para crianças e debates com temáticas sobre respeito à diversidade religiosa e à comunidade LGBTQIA+, totalizando 6 atividades.
“Festejar a cultura tem sido muito importante, esses múltiplos países que cabem dentro desse país maior chamado Pernambuco. Para mim, enquanto escritor e dramaturgo, é algo gratificante estar aqui no Agreste, na cidade de Pesqueira, trazendo a literatura, a temática LGBTQIA+ na culminância deste evento. Isso só demonstra o quão grandes nós, pernambucanas e pernambucanos, somos na nossa identidade e diversidade”, celebra o autor Alex Apolônio, que lançou durante o festival o livro “Um samba para a libertação”.
No País das Conexões Criativas, além da ação contínua Pesqueira Vestida de Renda, de Cecília Pessoa, o polo se dividiu em vários espaços e reuniu atividades formativas e debates sobre design e moda em Pernambuco.
“A ideia é justamente realizar trocas sobre as nossas experiências no mercado das artes visuais, seja institucionalmente ou até mesmo de forma independente. O Festival Pernambuco Meu País nos ajuda no sentido de que estávamos trabalhando só na nossa bolha, ficando naquele ‘mundinho’, e quando descobrimos que o outro passa pelo mesmo, ajuda e torna o nosso mercado mais acessível e mais sustentável também”, disse Nathália Cruz, que conduziu a ação “Mercado, Fomento e Possibilidades”.
No País da Conexões Visuais, oito exposições com várias temáticas estiveram abertas ao público, tais como Multicolorida Cel - Desfronteire-sem, de Alice Celina; Gigantes nos Festivais, de André Luiz; A Cultura do Agreste Pernambucano nas Linhas da Xilogravura, de Ricardo Pessoa; Exposição Fotográfica: A Cultura do Município de Nisia Floresta, de Alanée Rodrigues; Exposição Fotográfica: Nadadores do Mundo, de Mitsy Queiroz; Exposição Fotográfica: Alagoas em Preto e Branco, de Pablo de Luca; Exposição Fotográfica: Os Afoxés e o Carnaval do Recife 'O Povo de Candomblé na Rua', de Renata Mesquita; e Intervenção: Orixás, Mestres e Folhas, de Hermes Costa Neto.
No País das Artes Cênicas, houve ao todo 15 espetáculos para todas as idades, como o Sertão Latino, na sexta-feira (2/08); o Monólogo Clamor Negro, no sábado (3/08); e o Corpo Atento - Subjetivação do Gesto Popular, de Breno Liberato; Chão de Lula: Uma Homenagem a Memória de Lula Calixto e o Espetáculo Pa(Ideia) - Pedagogia da Libertação, no domingo (4/08); entre tantos outros.
O País da Música reuniu oitos nomes da cena independente e contemporânea, como Jay Ferrí, Mirela Hazin, Orquestra 100% Mulher, Nonô Germano, Gilú Amaral, Duo Repercuti e Lucas dos Prazeres. Já no Palco do Circo, que em Pesqueira fez uma homenagem ao mágico, Alakazam, o Patrimônio Vivo de Pernambuco, levou sua magia ao público em seis sessões, além de ter recebido outros grupos circenses do Estado.
“É uma coisa muito emocionante representar a nossa arte milenar e a cultura. Trazemos alegria ao público e isso é muito gratificante. Eu tenho 47 anos de circo, e em todas as vezes fico com um frio na barriga e aquele nervoso. Pode ter cinco pessoas, dez ou milhões assistindo, a entrega é a mesma. O nosso circo é itinerante, não temos lugar fixo, mas estamos vindo bastante para eventos aqui em Pernambuco”, disse Ana Paula Araújo, integrante do Circo Águia Dourada.
Em Pesqueira, também foram três dias de shows no palco Pernambuco Meu País. Na sexta-feira (26), subiram ao palco O Espetáculo Pernambuco Meu País e as atrações Silvério Pessoa, Mundo Livre S/A e Nando Reis. No sábado (3/08), Banda N'zambi, Tribo de Jah, Gabriel O Pensador e Marcelo Falcão. No domingo (4/08), encerram a programação os nomes Murilo Huff, Grupo de Choro Ororuba, Pagode do Didi, Patrimônio Vivo de Pernambuco, (com participação de Gabi do Carmo, Gerlane Gell, Maria Pagodinho, Helena Cristina e Paz Brandão), Fundo de Quintal e Diogo Nogueira.
“A gente voltou à Pesqueira depois de alguns anos e participar deste festival, com uma estrutura como a que foi oferecida, foimuito bom. Estávamos na mesma grade com nomes muito fortes nacionalmente, e para nós, é uma gratidão imensa. Com um evento deste porte a gente percebe como é fundamental que os artistas e músicos tenham a chance de levar para cidades do interior o que está acontecendo em todo o estado”, opinou George de Souza, vocalista da N’Zambi.
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