Belo Jardim, cidade que pulsa com o ritmo da política local, está prestes a vivenciar uma transformação significativa em sua Câmara Municipal. Em uma decisão recente, a Câmara aprovou o aumento das vagas de vereadores de 15 para 17 a partir das eleições de 2028. Esta mudança, que parece natural e até esperada por alguns, está no centro de um grande debate jurídico e político, que pode alterar o curso da política local de forma inesperada.

Os vereadores eleitos em 2024, que tomarão posse em 2025, terão mandatos que vão até 2028. No entanto, o que está sendo discutido agora é a possibilidade de que a mudança nas cadeiras da Câmara, aprovada pela Casa Legislativa, já entre em vigor para o mandato que começará em 2025, um ano antes do previsto. Esse movimento, impulsionado por alguns candidatos não eleitos, visa assegurar a posse de 17 vereadores, e não apenas 15.

No entanto, para que o aumento de vagas fosse legalmente viável, o município precisaria ter superado a marca dos 80 mil habitantes. De acordo com o Censo do IBGE, Belo Jardim registrou apenas 79.507 habitantes, ficando abaixo do esperado. Mas, em um movimento de contorno à essa limitação, a cidade foi recalculada em uma estimativa mais recente do IBGE, que agora aponta que Belo Jardim possui 83.647 habitantes, ultrapassando assim o limite necessário para justificar o aumento de vagas.

Essa discrepância de números e as possíveis interpretações jurídicas criaram um impasse. Os candidatos que não foram eleitos tentam, por meio da justiça, garantir uma nova configuração de 17 cadeiras já para o próximo mandato. O juiz Douglas de Belo Jardim está ciente do cenário e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode ser acionado para decidir a questão. As chances de uma mudança de 15 para 17 vereadores no curto prazo são pequenas, mas a tensão persiste.

O futuro da política de Belo Jardim está em jogo. O que está em disputa não é apenas o número de cadeiras, mas também a legitimidade das eleições e a segurança jurídica das decisões tomadas pela Câmara Municipal. A população e os envolvidos aguardam ansiosamente por uma resposta definitiva sobre o que acontecerá em janeiro de 2025. Quem tomará posse? Os 15 eleitos, ou os 17 almejados? O desfecho desse drama promete marcar um novo capítulo na política de Belo Jardim.

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