Câmara de Sanharó debate finanças, orçamento e projetos estruturais em sessão de 20 de agosto
Reunião foi marcada por pautas administrativas, pedidos de melhorias urbanas e reconhecimento cultural
Por Flávio José Jardim
atualizado há 2 meses
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A Câmara de Vereadores de Sanharó viveu, na quarta-feira (20), uma sessão intensa, repleta de projetos, pareceres e requerimentos que tocaram em pontos centrais da vida municipal. Do orçamento para 2026 às demandas por infraestrutura, passando pela valorização da cultura local, o encontro demonstrou o ritmo acelerado de debates e a pluralidade de temas que a Casa Legislativa vem abraçando.
No campo financeiro, o destaque ficou por conta do Parecer 009/2025, referente ao Projeto de Lei nº 026/2025, de autoria do Poder Executivo, que trata das Diretrizes Orçamentárias para o Exercício de 2026. A matéria, examinada tanto pela Comissão de Finanças e Orçamento quanto pela de Legislação, Justiça e Redação, foi considerada essencial para balizar os rumos da gestão municipal no próximo ano, garantindo equilíbrio fiscal e a manutenção dos serviços básicos.
Outro ponto técnico foi o Parecer 008/2025, ligado ao Projeto de Resolução nº 004/2025, de autoria da Mesa Diretora, que regulamenta as consignações em folha de pagamento dos servidores da Câmara. Embora de caráter administrativo, a iniciativa foi vista como uma medida de transparência e organização, reforçando a responsabilidade da Casa com seus próprios quadros.
Além das questões orçamentárias, pautas sociais ganharam espaço. Um dos projetos de maior repercussão foi o Parecer 025/2025, que trata da autorização para que o Executivo doe à Associação de Moradores e Agricultores do Sítio Água Branca o prédio em desuso da Escola Maria Augusta Fernandes. A proposta, do vereador Ronaldo Silva Leite, pretende dar nova vida a um espaço abandonado, transformando-o em polo de utilidade comunitária.
Na esfera da organização urbana, o Parecer 027/2025 trouxe à tona o debate sobre a denominação de ruas do Bairro Esplendor, no Loteamento Belo Monte. A mudança, proposta pelo vereador Gutemberg Leite da Rocha, busca corrigir distorções e dar identidade a logradouros que hoje carecem de padronização. Um tema aparentemente simples, mas de grande impacto para moradores e serviços públicos.
Os requerimentos, sempre atentos ao dia a dia da população, deram o tom da sessão. Um dos mais comentados foi o de nº 116/2025, de autoria do vereador Ronaldo Silva Leite, que pede a aquisição de um ônibus de grande porte para transportar pacientes do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) até Caruaru. A justificativa é clara: o micro-ônibus existente já não comporta a demanda, expondo pacientes a desconforto e insegurança.
Também se destacou o requerimento nº 115/2025, assinado por Edmilson Oliveira Batista e Gutemberg Leite, que solicita o calçamento da Rua Joaquim Barbosa Torres, via de acesso à Fazenda Monte Alegre. A obra é vista como essencial para a mobilidade rural e o escoamento da produção, além de valorizar a região. No mesmo sentido, pedidos de recuperação de estradas vicinais em Mulungu, apresentados pelo vereador Adezuiton José de Almeida, ganharam apoio unânime.
No campo social e cultural, a Câmara prestou homenagens. O Voto de Aplauso 066/2025, proposto por Carlos Alexandre Almeida Silva, foi dedicado a Marciana de Paula Silva, poetisa e cantora do coco da Barriguda. A homenagem não apenas enaltece sua trajetória, mas também reforça a importância da cultura popular como patrimônio vivo do município.
A reunião se encerrou com a imagem de uma Câmara que tenta conciliar o pragmatismo das contas públicas com a sensibilidade social e cultural. Entre planilhas orçamentárias, ruas a calçar e versos de coco entoados na memória, ficou a marca de uma Casa Legislativa ativa, que se posiciona como elo entre a gestão e as necessidades do povo.
Mais do que uma pauta burocrática, a sessão do dia 20 mostrou que, em Sanharó, a política municipal pulsa no compasso da vida cotidiana — ora nas estradas de barro, ora nos corredores da saúde, ora no batuque de um coco que insiste em manter vivas as raízes da cidade.
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