A rodovia Coronel Francisco Heráclio, em Lagoa do Carro, foi palco de mais um capítulo brutal da violência que insiste em rasgar o interior pernambucano. Era por volta das 11h30 desta quinta-feira, 13, quando José Venâncio da Silva, de apenas 20 anos, trafegava em sua motocicleta CG 125 Fan ES. Ele não chegou ao destino.

Um carro branco emparelhou com a moto. Em segundos, os ocupantes abriram fogo. Os tiros atingiram José pelas costas e no pescoço. O jovem caiu, ainda vivo por instantes, mas morreu antes que qualquer socorro pudesse chegar. A cena chamou atenção de quem passava: uma vida interrompida à luz do dia, em plena rodovia estadual.

A perícia identificou duas perfurações fatais. No bolso, uma quantia em dinheiro. Nenhum pertence foi levado. Nada que indicasse roubo ou acaso. O carro desapareceu logo depois, deixando atrás apenas o eco seco dos disparos e a certeza de que aquilo não foi um ataque aleatório.

Durante as diligências iniciais, a polícia identificou que José Venâncio era ex-presidiário e suspeito de envolvimento em outros homicídios na cidade. Não era a primeira vez que alguém tentava matá-lo. A vida do jovem parecia correr em paralelo com a morte — e a morte, desta vez, venceu.

Agora, a Polícia Civil busca pistas sobre o veículo e seus ocupantes. A cidade, assustada, tenta entender se a execução foi vingança, acerto de contas ou parte de uma guerra silenciosa que teima em manchar o agreste com sangue.

Enquanto isso, a rodovia segue aberta, o trânsito segue fluindo, e o cotidiano tenta continuar. Mas para quem viu o corpo no asfalto, para quem ouviu os tiros ecoando, a manhã de quinta-feira não será esquecida tão cedo.

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